
De tempos em tempos a Avenida Júlio de Castilhos volta ao centro do debate entre os caxienses a respeito do papel que ela deve ter na cidade. Uma saga que começou, no mínimo, em 2004, com as discussões para a abertura do antigo calçadão junto à Praça Dante Alighieri. Sob polêmica, a mudança ocorreu, a Júlio ganhou uma nova cara, mas é como se a vida tivesse seguido sem um desfecho para a via mais simbólica de Caxias do Sul.
Agora, o debate ressurge provocado pelo vereador Elói Frizzo (PSB), que defende transformar a Júlio em via exclusiva para circulação de transporte coletivo, como foi no passado. Todas as características das últimas décadas e os planos para o futuro propõem que a via se torne um espaço cada vez mais de pedestres, e não de veículos. O Plano de Mobilidade (Planmob), por exemplo, recomenda que as quadras centrais tenham apenas uma faixa de trânsito, para acessos locais.
Mas não há problema em se propor o contrário. O debate é válido e quanto mais abrangente for, melhor. A questão é que não se pode ficar discutindo indefinidamente, às vezes em direções alternadas, sem que isso resulte em algo concreto, como tem sido até agora.
É praticamente um consenso de que a Avenida Júlio precisa de mudanças, porque a via dita de pedestres fica às moscas quando o sol cai. Em uma cidade com pretensões turísticas, uma atenção especial ao principal ponto do centro poderia ser uma grande oportunidade. Na programação do último Natal, havia apresentações diárias na avenida. Um bom caminho, que pode ser ainda melhor aproveitado se o espaço ganhar as intervenções urbanas adequadas para esse tipo de uso.
Ou a cidade pode optar pelo improvável caminho de torná-la um eixo de transporte, e tudo bem. Mas, acima de tudo, é preciso tomar uma decisão e finalmente executar.