Por Cristiane Kopacek, médica do Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN) e professora de Pediatria UFRGS
Neste dia 6 de junho comemoramos o Dia Nacional da Triagem Neonatal. Essa iniciativa começou no RS oficialmente em 2001, com a adesão ao Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) do Ministério da Saúde. O Estado passou a ter um Serviço de Referência (SRTN-RS) para atendimento ao SUS, oferecendo de forma gratuita o popularmente conhecido “Teste do Pezinho”. O programa, totalmente público, hoje atende cerca de 80% dos recém-nascidos do Estado, com garantia, além da realização do teste laboratorial, de atendimento especializado, confirmação diagnóstica, tratamento e seguimento ao longo de toda a infância e adolescência.
Em mais de 20 anos, cerca de 2,2 milhões de bebês gaúchos foram triados e 2,5 mil crianças foram diagnosticadas e precocemente tratadas com uma das atuais sete doenças incluídas no programa. Fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, hemoglobinopatias, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita — são tratáveis, mas potencialmente graves se não detectadas a tempo. A excelência do SRTN-RS se manifesta na agilidade dos resultados, na precisão diagnóstica, na rede de atenção coordenada e no acolhimento humanizado, que fazem a diferença na trajetória de vida de milhares de crianças gaúchas.
O programa assegura que cada bebê tenha a chance de crescer com saúde
O futuro aponta para avanços significativos. Está em curso a ampliação do escopo de doenças rastreadas, com a incorporação de novas metodologias laboratoriais e ampliação dos diagnósticos. Na dependência da liberação de portarias públicas de financiamento, o serviço está preparado para expandir sua atuação na saúde infantil. Há constante investimento em educação dos profissionais de saúde, digitalização de processos e equidade territorial, garantindo acesso de qualidade em todas as regiões do Estado.
O compromisso com a vida, desde os primeiros dias, move o trabalho do SRTN-RS. Com dedicação, ciência e cuidado, o programa assegura que cada bebê tenha a chance de crescer com saúde, dignidade e proteção. Na saúde infantil não podemos contar com a sorte, mas podemos começar com o pé direito!