
O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) acionou o Ministério Público (MPRS) para que a Justiça determine intervenção estadual na gestão da Saúde em Canoas. A ação foi protocolada nesta quinta-feira (5) e aponta, entre os motivos, a falta de estrutura adequada para o atendimento de pronto-socorro junto ao Hospital Nossa Senhora das Graças.
A medida ocorreu após a Secretaria da Saúde de Canoas (SMS) extinguir o termo de colaboração com o Instituto Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS), responsável pela administração do HPS. Com isso, todos atendimentos, inclusive de traumatologia, estão sendo ofertados pelo Graças.
De acordo com o Cremers, faltam "centro de traumatologia, sala vermelha equipada e equipe multiprofissional dedicada exclusivamente à trauma – requisitos indispensáveis para o manejo de vítimas de acidentes graves, ferimentos por arma de fogo, múltiplas fraturas e outras situações clínicas críticas".
Segundo o vice-presidente do Conselho, Eduardo Trindade, o pedido ocorre devido ao cenário atual e ao risco de desassistência à população:
— O Hospital de Pronto Socorro tem uma função imprescindível. São médicos de todas as especialidades disponíveis 24 horas para a população. A atitude do município e forma como foi tomada é de extremo risco — explicou o vice-presidente.
Conforme a ação, o Hospital Nossa Senhora das Graças é essencial dentro da rede de atenção à saúde, mas não pode substituir a função de um pronto-socorro.
Traumatologia
Os 20 médicos traumatologistas que atuavam no Hospital de Pronto Socorro de Canoas não irão mais continuar prestando atendimento no Nossa Senhora das Graças.
A decisão foi comunicada pela equipe na tarde desta quinta-feira. Os profissionais eram contratados com regime de trabalho CLT pelo Instituto Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS). Já a oferta do Graças, era para regime PJ — o que não agradou os médicos.
Os profissionais são referências e especialistas em traumatologia e atendimento em porta de urgência e emergência.
Com a saída dos profissionais, o Nossa Senhora das Graças optou por realocar profissionais que já atuam no hospital para atendimento da emergência.