
No dia seguinte ao comunicado em que reivindicava para a nova etapa do conflito no Oriente Médio o nome de "guerra dos 12 dias", Donald Trump aponta que tanto Israel quanto Irã romperam o cessar-fogo. O petróleo segue em forte baixa, de 4%, nesta manhã de terça-feira (24), para US$ 68,59 – abaixo da cotação do dia anterior ao primeiro ataque israelense contra o país dos aiatolás.
Mesmo assim, está na pauta do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que se reúne na quarta-feira (25), uma prevenção a eventuais novas disparadas no preço da matéria-prima fóssil. Será avaliada a elevação do percentual de etanol na gasolina, de 27% para 30%, e de biodiesel no diesel de 14% para 15%.
Embora para o mercado o bloqueio do Estreito de Ormuz tenha ficado fora do cenário neste momento, sempre é uma ameaça na agenda possível de desdobramentos do conflito. O plano de elevação dos percentuais de biocombustíveis nos derivados de fósseis não é "guerra-dependente", porque vem sendo debatido desde março, mas nesse momento de forte volatilidade do petróleo, pode encontrar ambiente mais propício para evoluir.
O aumento dos percentuais ajudaria o Brasil a reduzir a importação de petróleo, gasolina e diesel e ainda ajudaria a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, ao menos em tese. Conforme o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o Brasil importou, no ano passado, 760 milhões de litros de gasolina. Sua expectativa com o aumento do percentual de etanol para 30% é de que o país possa até exportar o combustível.