
Dos nove hospitais com emergência para adultos na Capital, três estão com atendimento restrito neste domingo (25) e só recebem casos com risco de morte. São eles: Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Hospital Santa Casa de Porto Alegre e Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Já o Hospital Pronto Socorro (HPS), Vila Nova, Restinga, Cristo Redentor, Conceição e Instituto de Cardiologia seguem operando normalmente. Desses, apenas Restinga e Vila Nova não enfrentam superlotação.
De acordo com dados do painel de monitoramento da prefeitura, 96% dos leitos estão ocupados, somando mais de 4,2 mil internações. Cerca de 40% dos pacientes são de cidades da Região Metropolitana, como Alvorada, Viamão, Gravataí, Canoas e Cachoeirinha. A maioria dos casos está relacionada a doenças respiratórias, comuns nesta época do ano.
Os pronto-atendimentos (PAs) também enfrentam superlotação. Na UPA Moacyr Scliar, que atende 49 pacientes, a taxa de ocupação é de 324%. Neste domingo, o PA Bom Jesus registrava 223% de lotação, o PA Lomba do Pinheiro, 183%, e o PA Cruzeiro do Sul, 142%. Mesmo assim, o funcionamento segue normalmente.
Situação de emergência
O município decretou situação de emergência em saúde pública no dia 16 de maio. A medida tem validade por 90 dias e ocorre devido ao aumento no número de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em adultos e crianças. O prazo pode ser prorrogado conforme os indicadores epidemiológicos.
De acordo com o Painel de SRAG da Secretaria Estadual da Saúde (SES), a Região Metropolitana já soma 1,9 mil hospitalizações por conta da condição em 2025.
Para Lisiane Wasem Fagundes, diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada (DGAE) da SES, o cenário atual é puxado principalmente pela gripe influenza. Diante da dificuldade de acesso a atendimentos em unidades básicas de saúde, muitos pacientes acabam buscando diretamente as emergências hospitalares.
— Naturalmente quando o paciente não consegue acesso a outro serviço, como, por exemplo, em unidades de pronto atendimento ou até em horários estendidos nas unidades básicas de saúde, ele vai procurar a emergência dos hospitais para ser atendido — pontuou.
Além disso, a diretora afirma que o cenário tende a piorar com a chegada do inverno, por isso, é essencial que a população busque a vacinação, sobretudo, para as populações mais suscetíveis ao agravamento da SRAG, que são as crianças e os idosos:
— Nós precisamos que a população esteja imunizada, que a população consiga proteger a sua saúde para quando chegar o frio, o seu sistema imunológico já esteja preparado para isso e evite o agravamento (dos sintomas). A vacina não vai evitar a gripe, mas ela vai evitar o agravamento.
Saúde em Cachoeirinha
Em Cachoeirinha, a sala de observação da UPA José Francisco de Medeiros está com ocupação máxima. Duas macas foram colocadas como suporte. O tempo médio de espera varia conforme a gravidade dos casos: 32 minutos para pacientes com classificação azul, 29 para verde e 17 para amarelo. A ala pediátrica não tem pacientes em observação.
A reportagem de Zero Hora tentou contato com municípios como Canoas e Alvorada para entender como está a situação fora da Capital, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.