
Nesta quarta-feira (18), o programa Gaúcha Hoje, da rádio Gaúcha Serra, entrevistou o presidente do Sindipetro, Vilson Pioner, que representa o sindicato dos postos de combustíveis de Caxias do Sul.
Confira trechos da entrevista:
Gaúcha Serra: Há mais de duas semanas, a Petrobras realizou um anúncio sobre a redução dos preços de combustíveis. Porém, a redução, em termos de repasse aos consumidores, foi pouco vista, e alguns postos nem repassaram. O que o Sindipetro tem em relação a essa questão?
Vilson Pioner: O Sindipreto, na Serra, não atende somente postos de Caxias do Sul, são 49 municípios representados. Precisamos ter em mente que o mercado de combustíveis é um mercado difícil de entender, não é para amador. A Petrobras anunciou uma redução na refinaria, essa redução não dá integral na ponta da bomba, pois no meio disso tem a distribuidora, que às vezes está com os preços defasados. Em alguns casos, o trabalho da distribuidora é acrescentar os aditivos, é colocar proporção de biodiesel, do álcool no combustível, para depois realizar a entrega para o posto. A redução que tivemos não é nem próxima ao valor que a Petrobras anunciou, foi uma redução bem menor.
Qual foi o repasse que a distribuidoras fizeram, na média, para postos da área do Sindipetro?
A diminuição foi de R$ 0,04 a R$ 0,06 ao litro.
Com relação ao tempo do repasse, é observado que o tempo do aumento é menor do que o do repasse da redução. Isso é um movimento dos postos também?
O correto é que quando confirmaram os valores, ou seja, no dia seguinte, depois da alta ou da baixa, já temos condições de saber exatamente qual redução a distribuidora vai fazer. A partir daí, cada um tem a liberdade de repassar ou esperar mais um dia.
Algumas das distribuidoras estavam com margens menores, isso pode ter acontecido com postos também?
Com certeza. Os preços de combustível não são tabelados, cada posto tem a liberdade de fazer os seus custos, de fazer a sua margem necessária para trabalhar e se manter. A questão de preço é uma coisa individual de cada posto, de cada rede ou até de região.
Em função de questões mundiais, como esse novo conflito entre Israel e Irã, isso pode voltar a pressionar, para cima, o preço dos combustíveis?
Acredito que pode acontecer, mas faz um bom tempo que estamos trabalhando com o preço internacional.
O diesel era bem mais barato que a gasolina, hoje o preço equivalente é equivalente...
No Brasil, sempre, o diesel foi bem mais barato, ou seja, no tempo que tinha subsídios, o diesel era subsidiado pela gasolina, então tinha subsídios para o diesel custar menos. De fato é o que move os transportes, o agronegócio, o transporte coletivo, ele tem uma importância muito grande, mas é ruim porque a inflação disparou muito pelo preço do diesel nesses últimos anos.