O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, afirmou nesta segunda-feira (30) que a Marcha do Orgulho, que levou dezenas de milhares de pessoas às ruas de Budapeste no sábado, apesar de estar proibida pela polícia, foi uma "vergonha".
"Sou daqueles que não considera o que aconteceu um motivo de orgulho (...). Digo que foi uma vergonha", disse Orban, de acordo com trechos publicados no Facebook de uma entrevista televisiva programada para ir ao ar nesta segunda-feira.
Uma enorme multidão marchou neste fim de semana em um clima festivo, desafiando um retrocesso sem precedentes dos direitos LGBTQIA+ na UE.
Os organizadores estimaram o número de participantes em cerca de 200.000, uma mobilização sem precedentes desde a criação da Marcha do Orgulho húngara na década de 1990.
O governo acusou a oposição, que está "sob ordens" da UE, de incitar "a violação de leis que não respeita, de zombar da soberania da Hungria e, com apoio estrangeiro, de tentar impor a cultura woke".
No poder desde 2010, Viktor Orban busca minar os direitos das pessoas LGBTQIA+ em nome da "proteção das crianças".
Este ano, ele aprovou uma nova legislação que preocupa a UE e os 27 países.
O texto, adotado em meados de março, busca proibir qualquer manifestação que exponha menores à homossexualidade e à identidade transgênero.
Na sexta-feira, Viktor Orban descartou qualquer intervenção policial, mas ameaçou a comunidade LGBTQIA+ e outros participantes com futuras consequências legais.
* AFP