
Depois de quatro dias aguardando resgate, a brasileira Juliana Marins, 26 anos, não resistiu. A turista foi encontrada morta nesta terça-feira (24) no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, após cair em um penhasco e permanecer presa em uma encosta de difícil acesso. A informação foi confirmada pela família, por meio das redes sociais.
Juliana fazia uma trilha guiada para chegar ao cume — 3.726 metros de altitude, sendo o Rinjani segundo vulcão mais alto da Indonésia. A princípio, a trilha duraria de 20 a 22 de junho, por três dias e duas noites. Ela fazia um mochilão pela região desde fevereiro deste ano e já havia passado por Filipinas, Tailândia e Vietnã.
Durante os quatro dias de buscas, a operação enfrentou dificuldades por conta do terreno - íngreme e instável - e das condições climáticas adversas, como neblina.
Em razão da neblina, o uso de helicópteros nunca foi possível. Familiares e amigos da jovem passaram a denunciar a lentidão e a desorganização nas ações de resgate.
A seguir, veja a cronologia completa do caso
Sexta-feira, 20 de junho, queda no penhasco
O acidente aconteceu por volta das 19h (de Brasília), da última sexta-feira (já madrugada de sábado pelo horário local). Algumas horas depois um grupo de turistas da Espanha chegou ao local e conseguiu localizar a brasileira com a ajuda de um drone.
Sexta-feira, 20 de junho, por volta das 22h, família é avisada
Os familiares tomaram conhecimento do ocorrido por uma rede social. Juliana foi reconhecida por uma irmã, por conta da roupa que usava e pelo rosto nas imagens.
Sábado, 21 de junho, 4h30min
Os primeiros socorristas chegaram à região na madrugada de sábado, por volta das 4h30min (14h30min no horário local), mas não obtiveram sucesso. O trabalho acabou sendo suspenso em razão do mau tempo, à baixa visibilidade e ao terreno extremamente íngreme.
Sábado, 21 de junho, 17h10min
A última vez que a jovem foi vista na região foi por volta de 17h10min, também horário de Brasília, de sábado, 21, segundo informações passadas por Mariana, irmã dela.
Domingo, 22 de junho, novas buscas
Equipes de resgate reiniciaram operação de busca.
Domingo, 22 de junho
Devido às condições climáticas adversas do local, com muita neblina, houve nova interrupão do trabalho de resgate.
Segunda-feira, 23 de junho, trabalho de buscas
Equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia iniciaramo terceiro dia do trabalho de resgate.
Segunda-feira, 23 de junho, 5h, trabalho interrompido
Familiares de Juliana Marins informaram que as buscas precisaram ser interrompidas. Parentes criticaram o trabalho dos socorristas.
Segunda-feira, 23 de junho, equipe é reforçada
Montanhistas experientes da região se deslocam em direção ao local do acidente com equipamentos especializados. Postagem no Instagram oficial do Parque Nacional Gunung Rinjani aponta que a publicitária foi monitorada "com sucesso por um drone" e que permanecia presa em um penhasco.
Uma força-tarefa com seis equipes em solo e dois helicópteros tenta resgatar Juliana Marins, de 26 anos, que caiu em um trecho de difícil acesso durante uma trilha no vulcão da ilha de Lombok, na Indonésia
Terça-feira, 24 de junho
Juliana Marins, 26 anos, foi encontrada morta. A informação foi confirmada pela família em perfil no Instagram e pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que lamentou a morte em nota (leia abaixo).
"Hoje a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido", diz a publicação em conta dedicada a informações sobre o resgate da jovem.
Como teria acontecido o acidente
Conduzidos por um guia local, Juliana Marins e outros turistas caminhavam por uma trilha ao cume do Monte Rinjani. Segundo a família, ela teria reclamado de cansaço e parado. O guia, então, teria seguido viagem, deixando a publicitária para trás, que acabou caindo em um desfiladeiro.