
O bilionário Elon Musk acusou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estar envolvido no esquema de tráfico sexual de Jeffrey Epstein. A declaração faz parte de uma série de troca de farpas entre os dois nesta quinta-feira (5) — que inclui Trump ameaçando encerrar os subsídios e contratos governamentais do dono da Tesla.
"Hora de soltar a bomba de verdade: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Esse é o verdadeiro motivo pelo qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!", escreveu o bilionário no X. Ele ainda acrescentou que "a verdade virá à tona".
Em fevereiro deste ano, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos tornou públicos parte dos documentos da investigação envolvendo Epstein, acusado de ser o chefe de um esquema de tráfico sexual.
Após ser acusado de ter abusado de mais de 250 meninas menores de idade e de ser o principal responsável de uma rede de exploração sexual, o empresário foi detido em julho de 2019. Ele tirou a própria vida após de cerca de um mês na prisão.
Esquema de tráfico sexual de Jeffrey Epstein
De acordo com as acusações, entre 2002 e 2005, o bilionário pagava para que meninas fossem até os imóveis de luxo dele e realizassem atos sexuais. As menores também eram pagas para "recrutar" outras garotas.
Dezenas de mulheres o acusaram de forçá-las a prestar serviços sexuais em sua ilha particular no Caribe e em suas propriedades em Nova York, Flórida e Novo México, nos Estados Unidos.
Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras de Epstein, afirmou ter tido relações sexuais com vários políticos e líderes financeiros proeminentes, incluindo George Mitchell, ex-senador dos EUA, e Bill Richardson, ex-governador do Estado do Novo México. Em 2008, ele confessou ter pedido para que uma menor de idade se prostituísse.
Nomes de mais de 150 pessoas mencionadas no processo movido por Virginia foram mantidos sob sigilo até o ano passado, quando a juíza federal que supervisiona o caso, Loretta Preska, decidiu que não havia justificativa legal para mantê-los privados.
Mais de 200 páginas
A divulgação dos documentos, que somam aproximadamente 200 páginas, foi feita por Pamela Bondi, procuradora-geral dos EUA, e o Federal Bureau of Investigation (FBI), no dia 27 de fevereiro deste ano.
No lote, consta uma lista de evidências do caso, registros de voos e nomes de várias pessoas ligadas ao empresário, incluindo anotações sobre Donald Trump. O nome do presidente dos Estados Unidos aparece duas vezes, listado em maio de 1994, ao lado da ex-esposa, Marla Maples, e da filha Tiffany.
Ao longo das investigações, não foi encontrada nenhuma evidência de que Trump estaria envolvido nos crimes relacionados a Epstein. Os dois mantiveram uma amizade durante os anos 1990 e 2000.
Itens presentes em câmeras, computadores, fotos de mulheres, documentos e mídias eletrônicas, apreendidos durante a investigação, também foram revelados.
Quem era Jeffrey Epstein
O empresário e investidor começou a carreira como professor de matemática e física da Dalton School, escola de elite em Nova York. Por indicação do pai de um aluno, ele conseguiu um emprego no banco de investimentos Bear Stearns em 1976.
Anos depois, se tornou sócio da empresa e, em 1982, fundou sua própria companhia de investimentos, a J. Epstein and Co.
Epstein se aproximou de grandes nomes da elite dos Estados Unidos, incluindo Donald Trump — na época influente empresário sem envolvimento direto com a política — e o político democrata Bill Clinton. Além disso, ele também tinha relações com o Príncipe Andrew, acusado de ter abusado de menores de idade.