
Pouco mais de duas horas após Donald Trump anunciar o ataque norte-americano ao Irã, a repercussão nos Estados Unidos está restrita aos veículos de comunicação. Na sala de imprensa do MetLife, estádio onde o Fluminense bateu o Ulsan HD pelo Mundial de Clubes, a maioria dos jornalistas não sabia dos bombardeios americanos a três instalações nucleares do Irã.
O letreiro da ABC News na Times Square também comenta o discurso de Trump ou o ataque norte-americano - por curiosidade, a notícia mais repetida é a queda do balão que matou oito pessoas em Praia Grande, em Santa Catarina.
Já o letreiro da Fox News acompanha a ação em tempo real — o que surpreende pessoas que estão na rua para aproveitar a noite de sábado e sequer sabiam do ataque.
A imprensa norte-americana tenta tranquilizar a população, ao afirmar que não há risco de que o Irã retalie o ataque norte-americano, uma vez que não tem capacidade para atingir o território dos Estados Unidos. Enquanto o conflito se adensa no Oriente Médio, os turistas de Manhattan aproveitam a noite.
Flu Square

Mais cedo, a torcida do Fluminense tomou conta da Times Square. Desde as primeiras horas da manhã, os torcedores entoaram cânticos, chamando atenção dos americanos. Mesmo sob forte calor, teve um tricolor que foi vestido fantasiado de uma espécie de versão tricolor do Tio Sam.
Já outro chegou para a festa de mala e de mochila, pois havia acabado de chegar à cidade.
— A minha irmã mora em Washington. Estava com ela e cheguei agora de ônibus. A minha esposa foi para Miami, e eu agora ou quase direto para o estádio. Em tese, nós voltamos ao Rio no dia 26, depois da fase de grupos. Só que... nem avisei minha mulher ainda, mas, se o Fluminense passar de fase, eu vou ficar nos EUA — contou o empresário carioca Pablo Diniz, 45 anos.

Invasão coreana
Chamou atenção a presença imensa de torcedores do Ulsan no jogo contra o Fluminense. Ocorre que a comunidade da Coreia do Sul é muito forte na região de Nova York e Nova Jersey, com mais de 200 mil pessoas de origem coreana.
Aliás, um exemplo disso é uma das praças de alimentação do American Dream, shopping situado ao lado do estádio Met Life, onde mais da metade dos restaurantes serve comida coreana. Inclusive, isso salvou a minha alimentação nestes dias em East Rutherford, pois a comida coreana é bastante saudável, com várias opções com carne e arroz. Foi uma boa alternativa para fugir da gastronomia americana, que quase sempre te induz ao fast food.

Xadrez por US$ 10?
Para quem não sabe, nos temos de Colégio Anchieta, no início dos anos 2000, ganhei duas medalhas de prata no xadrez na Semana Anchietana. Pois, neste sábado, achei que iria colocar as minhas habilidades neste esporte em prática.
Estava caminhando pela Times Square, quando vi um homem sentado em um tabuleiro de xadrez. Mas a cadeira do adversário estava vazia. Eis que o sujeito me desafiou para jogar contra ele.
Como tinha um tempo até entrar no ar na Rádio Gaúcha, decidi topar o desafio. Até o rapaz largar esta:
— Custa US$ 10 (R$ 50,50) para jogar comigo — disse o homem.
— E se eu te derrotar? — perguntei.
— Você paga igual. É um serviço — respondeu ele, sem nenhuma vergonha na cara.
Levantei e fui embora. Depois,, ouvi dizer que este tipo de armadilha para turistas é bem comum por ali.
Copa Ouro
É verdade que o futebol da bola redonda não desperta tanto interesse da imprensa americana. Porém, é fato também que a Copa Ouro da Concacaf (o equivalente à Copa América dos países da América Central e do Norte), tem muito mais espaço no noticiário esportivo do país do que o Mundial de Clubes. Quando o assunto é futebol, os americanos gostam mais de torcer pela seleção nacional do que para clubes.