
Bebida que atravessa milênios de história e segue conquistando novos públicos, o vinho é muito mais do que uma escolha para brindar momentos especiais — ele também pode ser um excelente companheiro no dia a dia. Seja para harmonizar com uma refeição, celebrar uma ocasião ou simplesmente relaxar, há um rótulo ideal para cada tipo de paladar, orçamento e ocasião.
Comercializados em lojas físicas, sites especializados e supermercados, os vinhos podem ser tintos, brancos, rosés, espumantes ou fortificados. A bebida é produzida nos mais variados estilos, de uvas e em regiões do mundo todo.
De acordo com especialistas ouvidos por Zero Hora, os rótulos mais buscados pelos brasileiros vêm da Argentina, do Chile, de Portugal e do próprio Brasil — país que tem ganhado cada vez mais reconhecimento internacional na produção vinícola, especialmente, o Rio Grande do Sul.
Neste guia de compras, você poderá tirar todas as suas dúvidas sobre os principais tipos de vinho disponíveis no mercado em 2025. Também é possível conferir o review de outros produtos no ZH indica.
Saiba como escolher o melhor vinho
Segundo a presidente da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-RS), Caroline Dani, o universo do vinho vai muito além das cores e do país de origem. Dentro de cada categoria, existem diferentes estilos e perfis sensoriais. De forma geral, os vinhos se dividem em duas grandes categorias: vinhos de mesa e vinhos finos.
Vinho de mesa

Esse tipo de vinho é produzido a partir de uvas não viníferas, ou seja, variedades que não pertencem à espécie Vitis vinifera, tradicionalmente usada para vinhos mais complexos.
No Brasil, as uvas mais comuns nesse grupo são bordô, isabel e niágara, todas de origem americana. Esses vinhos tendem a ser mais simples e diretos no sabor, geralmente com um perfil mais doce e frutado, o que agrada especialmente a iniciantes.
Uma característica marcante dos vinhos de mesa é o chamado "aroma foxado", que remete ao cheiro natural da uva fresca, bastante presente e quase exclusivo desse tipo de produto.
Pela doçura, costumam ser mais acessíveis e consumidos no dia a dia, especialmente entre quem prefere bebidas mais suaves. São também os vinhos mais consumidos no Brasil, principalmente os produzidos em território nacional.
Vinho fino

Os vinhos finos, por outro lado, são elaborados com uvas viníferas, originárias da espécie Vitis vinifera, cultivada há milênios para a produção de vinhos de alta qualidade.
Entre as variedades mais conhecidas estão cabernet sauvignon, merlot, chardonnay, malbec, pinot noir e sauvignon blanc.
Esses vinhos passam por um processo de vinificação mais cuidadoso, que pode incluir fermentação controlada, envelhecimento em barricas de carvalho e uso de técnicas específicas para preservar ou desenvolver aromas e sabores.
Devido a essa complexidade, os vinhos finos podem apresentar uma ampla variedade de notas sensoriais, como frutas tropicais, frutas secas, especiarias, amêndoas, mel e até nuances de madeira, dependendo da uva, do terroir (produção) e do tempo de amadurecimento.
Também são mais indicados para harmonizações com pratos elaborados e para quem busca uma experiência sensorial mais rica e estruturada. Por isso, representam um patamar acima no universo do vinho — embora isso não signifique que sejam inacessíveis ou que o consumo precise ser restrito a ocasiões especiais.
"Não se engane pelo rótulo"
Para quem está começando, o enólogo Luciano Copat, premiado pela Associação Brasileira de Enologia (ABE) como Enólogo do Ano em 2010, sugere iniciar com vinhos mais econômicos, mas destaca que o importante é que o consumidor tenha curiosidade de abrir a garrafa, provar e fazer sua própria avaliação.
— Não seja enganado por rótulo e garrafa, o aspecto externo engana — alerta.
Características

A sommelier explica que os vinhos também podem ser classificados quanto ao estilo: tranquilos ou espumantes. Os tranquilos englobam os vinhos brancos, rosés e tintos — que não têm borbulhas e variam de leves a encorpados.
Já os espumantes, caracterizados pelas bolhas resultantes de uma segunda fermentação, podem ser brancos ou rosés e são ideais para celebrações ou para refrescar o paladar.
Harmonização

Segundo Caroline, um dos princípios básicos da harmonização é o equilíbrio entre o corpo do vinho e o peso do prato. Ou seja, quanto mais encorpado e alcoólico for o vinho, mais pesada pode (e deve) ser a comida que o acompanha — como carnes vermelhas, pratos com molhos intensos ou queijos curados.
Já vinhos leves, como brancos e rosés, harmonizam melhor com pratos mais frescos e leves, como saladas, peixes e frutos do mar, por exemplo. Os vinhos brancos e rosés devem ser consumidos resfriados, especialmente no verão, enquanto os tintos costumam ser mais apreciados em temperaturas amenas, ideais para os meses frios.
Fortificados, secos e suaves

Conforme a sommelier, os vinhos fortificados recebem adição de álcool vínico durante a produção, o que preserva o açúcar natural da bebida e eleva o teor alcoólico para algo entre 18% e 20%. São vinhos tradicionalmente servidos com sobremesas ou como digestivo, como o famoso vinho do porto.
Já os vinhos suaves contêm mais açúcar (muitas vezes adicionado), o que os torna mais doces e agradáveis ao paladar de quem está começando.
Os vinhos secos, por sua vez, têm pouco ou nenhum açúcar residual e costumam ser os mais indicados para harmonizações gastronômicas.
Embora seja mais raro encontrar vinhos finos suaves, muitos consumidores iniciam sua jornada pelo mundo do vinho por meio dessa versão mais adocicada.
Classificação
No Brasil, a legislação vinícola estabelece classificações que indicam o grau de seleção e envelhecimento do vinho:
- “Reservado”: geralmente indica um vinho jovem, feito para consumo rápido
- “Reserva”: refere-se a um vinho mais elaborado, com tempo de amadurecimento em barrica ou garrafa
- “Gran Reserva”: é destinado a vinhos com maior complexidade e potencial de guarda, geralmente provenientes de safras especiais
Passo a passo para escolher o melhor vinho
- Defina a ocasião. Pense se o vinho será para um jantar especial, uma reunião entre amigos, uma comemoração ou apenas para relaxar
- Considere a harmonização com a comida
- Escolha entre vinho seco ou suave e decida o estilo: tranquilo, espumante ou fortificado
- Confira a procedência e o produtor
- Considere seu paladar pessoal. Se está começando, vinhos suaves, rosés ou tintos frutados são boas portas de entrada. Com o tempo, experimente estilos mais secos e complexos para expandir seu gosto.
- Avalie o custo-benefício. Nem sempre o vinho mais caro é o melhor para o seu gosto ou ocasião. Busque indicações confiáveis, leia rótulos e, se possível, experimente diferentes estilos até encontrar os seus preferidos
- Aprecie. Apesar das dicas que podem auxiliar no momento da escolha, de acordo com o enólogo Luciano Copat, o vinho é, antes de tudo, uma experiência sensorial e pessoal. Para ele, o mais importante não é seguir regras rígidas, mas experimentar
— Vinho é um produto hedonístico (prazeroso), que a pessoa gosta ou não gosta — completa Copat.
Tipos de vinho
Vinho tinto

Produzidos a partir de uvas escuras, os vinhos tintos costumam ter corpo mais estruturado e sabores intensos, como frutas vermelhas maduras, especiarias e toques amadeirados (quando passam por barricas de carvalho).
São ideais para acompanhar carnes vermelhas, massas com molho encorpado e queijos curados.
Uvas como cabernet sauvignon, merlot, malbec e tannat estão entre as mais populares. Para iniciantes, rótulos jovens e frutados são uma boa porta de entrada.
Vinho branco

Mais leves e refrescantes, os brancos são feitos com uvas claras, como chardonnay, sauvignon blanc e riesling.
Têm acidez mais pronunciada e combinam bem com peixes, frutos do mar, saladas e queijos frescos. Também são uma ótima pedida para dias quentes.
Se você gosta de bebidas mais suaves, procure por vinhos brancos com notas de frutas cítricas ou tropicais e com baixo teor de açúcar residual.
Vinho rosé

O rosé é o meio-termo entre o tinto e o branco: leve, refrescante e com um leve toque de taninos, por conta do contato breve com as cascas da uva tinta.
Ideal para quem busca uma opção versátil e descontraída. Vai bem com petiscos, grelhados, culinária asiática e até pizzas leves.
Costuma agradar quem está começando a explorar o universo do vinho.
Espumante

Esses vinhos passam por uma segunda fermentação que gera as borbulhas características. Podem ser brancos, rosés ou tintos, e variam entre secos (brut), meio-secos (demi-sec) e doces (moscatel).
Os espumantes brasileiros, especialmente da serra gaúcha, têm ganhado destaque internacional. São perfeitos para celebrações, entradas leves e pratos à base de frutos do mar.
Uma dica: o prosecco e o cava são alternativas mais acessíveis ao famoso champagne.
Vinho fortificado

Mais potentes e alcoólicos, os fortificados — como o vinho do porto, o jerez e o marsala — recebem adição de aguardente vínica durante a fermentação. Isso resulta em sabores mais doces e complexos, ideais para acompanhar sobremesas, queijos azuis ou até serem servidos como digestivo.
É um tipo menos consumido no dia a dia, mas que vale a pena conhecer para ocasiões especiais.
Diferença entre vinho seco e suave

As diferenças no nível de doçura dos vinhos podem causar divisões no gosto dos consumidores. Quando o vinho passa apenas pelo processo de fermentação, sem a adição de outras substâncias, ele é considerado seco — sendo a versão "natural" da bebida, sem grandes intervenções.
Já o vinho suave, preferido por quem aprecia sabores mais doces, adquire essa característica ao receber uma dose extra de açúcar ao final da produção. Esse açúcar, adicionado antes do envase, não se transforma em álcool durante a fermentação.
Consumo no Brasil

Entre 2022 e 2023, o consumo de vinho no Brasil aumentou 11,6%, o segundo maior aumento do mundo, atrás apenas da Romênia, com 20%, de acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Em solo brasileiro, os vinhos de mesa — geralmente mais acessíveis e produzidos localmente — seguem sendo os mais consumidos.
Já entre os vinhos finos, o mercado tem crescido ano após ano, impulsionado tanto pela qualidade dos rótulos nacionais quanto pela valorização de marcas importadas. Os vinhos chilenos, argentinos e portugueses lideram entre os importados mais consumidos.
Entre os produtores brasileiros de destaque estão Aurora, Garibaldi, Nova Aliança, Casa Perini, Salton e Miolo, que oferecem desde vinhos de entrada até rótulos premiados.
Perguntas e respostas sobre vinho
Qual a diferença entre vinho de mesa e vinho fino?
Vinhos de mesa são produzidos com uvas não viníferas (como bordô, isabel e niágara) e costumam ser mais simples e adocicados, com aroma de uva bem marcante. Já os vinhos finos são elaborados com uvas viníferas (como cabernet sauvignon, merlot ou chardonnay) e apresentam maior complexidade aromática e gustativa.
Vinho seco e vinho suave: qual a diferença?
O vinho seco não possui açúcar residual ou adição de açúcar após a fermentação, sendo mais indicado para harmonizações gastronômicas. Já o vinho suave tem adição de açúcar, o que o torna mais doce — geralmente mais atrativo para quem está começando a consumir vinhos.
Como saber se um vinho combina com um prato?
A harmonização ideal segue a regra do equilíbrio: pratos leves pedem vinhos leves (como brancos ou rosés); pratos mais pesados, como carnes vermelhas ou massas com molho encorpado, combinam melhor com vinhos tintos mais alcoólicos e encorpados.
Preciso gastar muito para tomar um bom vinho?
Não. Segundo especialistas, é possível começar com vinhos mais econômicos, desde que se esteja atento à qualidade e não apenas ao rótulo ou à aparência da garrafa. O importante é provar e descobrir o que agrada ao seu paladar.
O vinho nacional é bom?
Sim. O vinho brasileiro tem evoluído muito em qualidade, especialmente os produzidos no Rio Grande do Sul, que é responsável por 90% da produção nacional. Regiões como a serra gaúcha e a Campanha têm rótulos reconhecidos inclusive no Exterior.
Qual vinho escolher para dias quentes? E para o frio?
Vinhos brancos e rosés, consumidos resfriados, são ideais para o verão. Já os tintos, por serem mais encorpados e alcoólicos, costumam ser mais apreciados no inverno, especialmente acompanhando pratos mais robustos.
O que são vinhos fortificados?
São vinhos que recebem adição de álcool vínico durante o processo de produção. Isso eleva o teor alcoólico (geralmente entre 18% e 20%) e preserva o açúcar natural da bebida. São indicados para acompanhar sobremesas ou como digestivo.
Qual a diferença entre espumante e vinho tranquilo?
Espumantes passam por uma segunda fermentação que gera as borbulhas características, enquanto vinhos tranquilos (tintos, brancos ou rosés) não têm gás. Os espumantes são ideais para celebrações e pratos leves.
O vinho rosé é doce?
Nem sempre. Rosés podem ser secos, meio-secos ou doces. O sabor vai depender do tipo de uva utilizada e do processo de vinificação. No geral, eles são refrescantes e leves, ótimos para dias quentes ou refeições informais.
Os vinhos mais procurados e os respectivos preços
A pedido de Zero Hora, a plataforma Zoom, que monitora e compara preços em marketplaces, levantou os 10 vinhos mais buscados no Brasil em 2024. Confira abaixo as marcas e o preço médio de mercado:
- Vinho DV Catena Cabernet Malbec Tinto (R$ 86)
- Vinho DV Catena Cabernet Malbec Zapata 750 ml (R$ 90)
- Vinho Angelica Zapata Malbec 750 ml (R$ 199)
- Vinho do Porto Ceremony Tawny 750 ml (R$ 65)
- Vinho Angelica Zapata Cabernet Sauvignon 750 ml (R$ 140)
- Vinho Mateus Rosé 750 ml (R$ 47)
- Vinho Casal Garcia Sweet 750 ml (R$ 50)
- Vinho Tinto Periquita 750 ml (R$ 56)
- Vinho Concha Y Toro Cabernet Sauvignon Reservado 750 ml (R$ 28)
- Vinho Casillero Del Diablo Merlot 750ml (R$40)
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Produção: Leonardo Martins