
No relatório mensal da Instituição Fiscal Independente (IFI) – com função traduzida para "xerife das finanças" –, a entidade avalia que a meta fiscal deste ano "será cumprida no limite", mas distante do centro da meta. No médio prazo, porém, projeta dificuldades crescentes para o governo federal manter as regras do arcabouço fiscal e limitar as despesas primárias (que excetuam as relacionadas à dívida) aos parâmetros previstos na legislação.
A IFI alerta que a situação leva a um "crescimento persistente e relevante da dívida". A entidade projeta que essa trajetória pode atingir "patamares preocupantes para um país emergente".
Neste ano, a relação desse indicador em relação ao PIB pode chegar a 77,6%, atingiria 82,4% do PIB em 2026, 100%, em 2030, e 124,9%, em 2035 – patamar próximo do que está hoje essa relação nos Estados Unidos, que há um mês perdeu a última nota máxima de avaliação de risco.
Conforme a IFI, as projeções apontam para "a insustentabilidade do atual regime fiscal", colocam em xeque a sobrevivência do atual arcabouço fiscal. Para evitar um problema maior, insiste, há necessidade de "profunda reforma fiscal que flexibilize a execução do orçamento da União, estanque o atual ritmo de crescimento da dívida, recupere a capacidade de investimento federal e assegure o equilíbrio fiscal de Estados e municípios".