
Dupla básica no prato do brasileiro, o arroz e o feijão estão de "mocinhos" da cesta básica. A queda consistente nos preços preocupa os produtores, mas alivia o consumidor. Em 12 meses, o arroz ficou 21,65% mais barato em Porto Alegre, segundo a pesquisa mensal do Dieese. Já o feijão teve recuo de 19,98% no preço. No ano e no mês de maio, ambos também registram quedas.
Segundo a técnica Daniela Sandi, do Dieese, o arroz tem aumento da oferta e redução do consumo, combinação que puxa bem os preços para baixo. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o feijão passa pelo mesmo, retração nas vendas com excesso de oferta. Isso ocorre mesmo com perda da área de plantio para soja e milho ao longo dos anos.
Menor consumo
Além da influência do endividamento e da inflação, há mudança de comportamento de consumo que vem de algumas décadas. Estimativas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) apontam que, em 1985, o consumo per capita de arroz era de 40 quilos por ano, enquanto o do feijão era de 19 quilos. Em 2023, o do arroz foi de 29 quilos e o do feijão de 13 quilos.
Se o motivo for novas alternativas de alimentos, tudo certo. O problema é que profissionais de saúde apontam que a dupla saudável está sendo substituída por produtos ultraprocessados (alguns nem devem ser chamados de alimentos).
Aproveite também para assistir ao Seu Dinheiro Vale Mais, o programa de finanças pessoais de GZH. Episódio desta semana: o que faz a Espanha bater recordes de turistas.
É assinante mas ainda não recebe a carta semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra ([email protected])
Com Isadora Terra ([email protected]) e Diogo Duarte ([email protected])